sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ameaças contra Numa mostram como
funciona quem está no poder há 33 anos

Elemento afectos à Direcção Nacional de Investigação Criminal de Angola (órgão ao serviço do patrão, o MPLA) importunaram na manhã de hoje o corpo da guarda pessoal e a família do secretário-geral da UNITA, Abílio Camalata Numa, segundo denunciou este dirigente da oposição em declarações a Voz da América.

Camalata Numa disse que tudo aconteceu quando ele se preparava para abandonar a sua casa, no Bairro Popular, em Luanda, em direcção ao local de trabalho.

«As pessoas sabem que eu moro naquele sítio e tenho guardas que estão armados. Quando eu ía a sair apareceram dois carros com dois polícias fardados e quatro à paisana mas vestidos com coletes de polícia de busca e captura. Eles atiraram-se para cima do meu pessoal inclusivamente a minha família e começaram a perguntar por que é que tinham armas. Eles são polícias e pertencem à UPIP, estão autorizados não havendo nisso nada de anormal», esclareceu.

O secretário-geral da UNITA considera o incidente como sendo um acto premeditado visando intimidar a sua mulher e restantes familiares e lamenta que actos do género estejam a ocorrer um pouco por todo o país.

«Mesmo depois de informados de que era o secretário-geral que estava ali houve alguns que tentaram embirrar. É uma forma de intimidação numa altura em que se considera isto (as eleições ) uma festa. É de lamentar que estes actos de intimidação aconteçam aqui mesmo em Luanda com atitude de provocação deliberada», disse Camalata Numa.

Camalata Numa diz mesmo não ter dúvida em como a acção não resultou de qualquer desconhecimento por parte dos agentes de que naquele local residia um dirigente da UNITA.

... e depois venham dizer-me que o presidente da República e do MPLA apelam à tolerância.

... e depois venham dizer-me que não são cada vez mais as semelhanças com o que se passou em 1992.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Adriano Parreira foi para a rua
porque ousou apoiar a UNITA

Em cada dia que passa o MPLA mostra o que muitos já sabíamos e o que muitos desconfiavam. Quem não for, pelo menos publicamente, do MPLA está condenado. Condenado ao desemprego, à marginalização e até – se for o caso – a chocar contra uma bala perdida (é claro). Que o diga Adriano Parreira.

Adriano Parreira, que ocupava por contrato o cargo de Director do Centro de Estudos, Investigação e Pós-Graduação da Universidade Lusíada de Angola (ULA), foi afastado – segundo o próprio – por ter manifestado o seu apoio à UNITA.

Assim se vê o que é a democracia e o Estado de Direito para o partido que desgoverna Angola há 33 anos.Adriano Parreira é, igualmente, o presidente do Partido Africano Independente (PAI), que anunciou participar no processo eleitoral em curso, apoiando a candidatura da UNITA.

E, convenhamos, ser apoiante da UNITA é para o MPLA um crime de lesa pátria. A democracia deles é essa mesmo.Parreira acusa o administrador da ULA, Rui Mingas, de ser o impulsionador da medida.

“Rui Mingas afirma que pesou na sua decisão o facto de ter sofrido pressões do seu partido, o MPLA», escreveu Parreira em queixa formal mandada anteontem ao presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

É claro que Rui Mingas pode, porque é do MPLA, aparecer nos “spots” publicitários desta instituição espalhados pela cidade, nos quais o mesmo aparece apelando para o voto a 5 de Setembro próximo.

Adriano Parreira, que ingenuamente julga que Angola é um Estado de Direito, apresentou cópias da queixa ao Procurador-Geral da República, Tribunal Constitucional e União Europeia.

Cá para mim, na nota final da decisão, Rui Mingas deve ter escrito qualquer coisa do tipo: “proponho que Adriano Parreira seja castigado com peixe podre, fuba podre, 30 angolares e porrada se refilar”. Lembram-se?

Nota: Texto publicado no http://altohama.blogspot.com/

domingo, 17 de agosto de 2008

As 10 razões de Sousa Jamba* para votar na UNITA

1. Alternância Política. O MPLA está no poder desde de 1975. Neste tempo, um país como os Estados Unidos, por exemplo, já viu administrações como a do Reagan, Bush pai e filho, e, provavelmente, verá a de Obama ou MacCain. A alternância política garante a reciclagem de ideias, formas de trabalho, encoraja a cultura da transparência, já que as instituições de governação não se tornam em meras redes de patrocínio da elite que retém o poder.
2. Alargamento do processo de governação. A UNITA tem fartamente demonstrado que está sempre pronta a cooperar com quadros angolanos mesmo com aqueles que têm um perfil sociológico não idêntico ao da maior parte dos seus dirigentes. Há centenas e centenas de quadros angolanos cujos talentos não estão a ser postos ao serviço da nação angolana porque o sistema governativo actual tornou-se cada vez mais enferrujado.
3. Credencias democráticas. A luta da maioria dos militantes da UNITA foi sempre pela democracia. Muito membros da UNITA resistiram aos instintos centralistas da sua antiga liderança. É por isso mesmo que houve, naturalmente, dissidências no partido que agora já não existem. O presidente do partido, eleito por voto secreto, tem um mandato de quatro anos renovável uma única vez. Ele presta contas a vários órgãos do partido. Em África são muito poucos os partidos que adoptaram este modelo. É exactamente esta cultura, da transparência e da renovação periódica dos mandatos, que deve ser implantada no nosso país.
4. Afirmação do angolano e sua cultura. A UNITA sempre zelou pela valorização da nossa identidade africana, um conceito que muitas vezes foi mal interpretado, sobretudo por aqueles que temem um debate sério sobre a nossa identidade. A afirmação da herança africana do angolano traduzir-se-á num programa sério de promoção da nossa cultura. A afirmação do angolano implicará que ele tome prioridade na gestão de vários aspectos da nação.
5. Promoção da cultura de transparência. Angola é hoje referida em todas as listas dos países mais corruptos do mundo. O mundo ri-se de nós: temos tantas riquezas, mas boa parte das receitas do país desaparecem. A UNITA sempre insistiu na cultura de transparência e prestação de contas. Estes são valores que o próprio presidente da UNITA, Isaías Samakuva, sempre valorizou. Nem mesmo os seus mais acérrimos adversários podem acusar Samakuva de não ser íntegro. Uma maioria parlamentar da UNITA daria um fortíssimo impulso a esta luta para assegurar que a herança de todos nós não se confine a um grupo que detenha o poder político no país.
6. A valorização da educação. A formação de quadros é algo que sempre foi muito valorizado na UNITA. Mesmo nos tempos mais difíceis, a UNITA desenvolveu várias iniciativas para a alfabetização dos camponeses. O desenvolvimento da nação angolana só será possível com um investimento notável no seu sistema educacional. A formação de quadros angolanos, em todo o país, terá de ser uma prioridade estratégica do Estado. Isto só será possível quando a UNITA conquistar o poder para fazer com que as instituições estatais passem a implementar tais programas.
7. Valorização do interior e do campo. A Angola urbana está, neste momento, a sofrer o que certos economistas identificaram como a doença holandesa. Isto acontece quando uma nação altamente dependente de divisas provenientes de um só produto – neste caso o petróleo – gasta este dinheiro em importações. O problema é que tal cultura prejudica as outras áreas de produção, como a agricultura. O futuro de Angola reside não nas importações mas na agricultura. O país tem se ser capaz de produzir comida suficiente para os cidadãos. Isto significa a priorização da produção do interior. Só a UNITA é que poderá enfrentar este problema com a abertura de espírito e flexibilidade necessárias.
8. Consolidação da Paz. Desde a assinatura dos Acordos de Paz, a UNITA e a sua liderança têm trabalhado afincadamente para a sua consolidação em todo território nacional. A liderança da UNITA tem encorajado os generais que fazem parte do exército unificado a reenfocarem o processo de reconciliação nacional. Em locais onde haja possibilidade, mesmo que remota, de choques entre militantes da UNITA e do MPLA a liderança do nosso partido sempre optou pela reconciliação e consenso. Um parlamento liderado pela UNITA consagraria esta cultura.
9. Maior envolvimento em projectos africanos. Em vários países africanos existe a noção de que Angola é um pais que prefere manter-se à distância e valoriza mais as suas relações com Portugal e Brasil. Esta é, infelizmente, uma percepção que não refl cte os desejos da maioria do povo angolano, que gostaria, claro, de aprofundar os seus laços com o resto do continente africano. O futuro da economia angolana está ligado à sorte das economias dos seus vizinhos. Por essa razão deveria promover-se relações de base com o resto do continente. Nos últimos tempos Isaías Samakuva tem viajado por várias partes do nosso continente onde tem sido recebido com muito entusiasmo.
10. Garantia dos direitos humanos. As liberdades do cidadão estarão sempre em causa. Alguns detentores de poder tentam, de várias formas, restringir os direitos do cidadão. Diariamente tomamos conhecimento de violações dos direitos do cidadão comum. Seria desonesto dizer que na história da UNITA os direitos humanos foram sempre respeitados. Porém, houve sempre vozes, mesmo nos piores momentos, que criticaram os excessos de algumas figuras do partido. E, felizmente, as vozes que criticavam é que prevaleceram no partido. Num parlamento com uma maioria da UNITA a questão do respeito dos direitos humanos dos cidadãos comuns passaria a ter muita importância.

* Sousa Jamba, Professor Universitário e Colunista do Semanário Angolense; publicado no Semanário Angolense, edição de 277, de 9/16 de Agosto

Eleições livres e justas é o que queremos que sejam!

*por Eugénio Costa Almeida

Eleições livres e justas em Angola é o que todos desejamos e ansiamos, mas quando é o mediador de um grave problema chamado Zimbabué que o afirma, tão categoricamente, começamos a temer que isso não será verdade.
O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, afirmou ontem, na cerimónia de abertura da 28ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC, que as eleições em Angola “serão livres e justas”porque o processo de preparação do acto eleitoral “transmite confiança à comunidade internacional de um exercício transparente nas eleições legislativas”.
Quando surgem sondagens fantasmas e artesanais criadas pelos subservientes analistas muito bem pagos – só podem ser mesmo muito bem pagos ao ponto do seu coordenador solicitar suspensão do trabalho na Rede Globo onde era (é) um conceituado profissional – em circunstâncias pouco credíveis como foi já aqui analisado, bem assim pelo catedrático Francisco Cangue e pelo jornalista Orlando Castro ou por alguns órgãos de informação angolanos independentes;
Quando caravanas dos partidos oposicionistas ao MPLA são atacadas, simpatizantes detidos, comícios boicotados;
Quando em 33 anos de poder, aliados a 6 bons anos de Paz, o Povo vê personalidades aumentarem os seus proventos, nomeadamente comprando quintas e empresas na Europa e nos EUA, e padecem de fome;
Quando os partidos oposicionistas, nomeadamente os méis pequenos, tiveram dificuldades, umas logísticas outras claramente que lhe foram impostas para conseguirem se inscreverem no Tribunal Constitucional para estarem presentes no pleito eleitoral;
Quando a campanha eleitoral só é possível nas ruas ou nos panfletos políticos porque os pequenos partidos não têm à sua disponibilidade uma televisão do Estado, paga por erário público, mas só ao serviço de um único partido, o MPLA (basta ver as notícias que passam nos telejornais nacionais em rodapé só se reportam ao partido que está no poder há cerca de 33 anos);
É pouco crível afirmar que as eleições vão ser justas e livres.
E quando o homem que proferiu esta certeza é o mesmo a quem a SADC incumbiu de mediar a crise política do Zimbabué, que tudo tem feito por manter o senhor Mugabe como presidente daquele país mesmo que toda a Comunidade Internacional, incluindo a própria SADC manifestem as suas reservas, nuns casos, ou afirmem, noutros que as eleições presidenciais foram a maior fraude reconhecida em África, então estamos todos conversados!
Vamos ter de mostrar que desta vez ele poderá ter razão e denunciar publicamente os actos menos claros que o poder faz na rua.
Vamos todos trabalhar para que haja a Mudança em Angola mesmo que isso atrapalhe as contas de alguns senhores de Brasília ou de Lisboa!
Angola tem 15 dias para politizar também o estômago dos angolanos!


*Publicado no blogue “Pululu

Propostas de mudanças da UNITA
conquistam os angolanos

A 19 dias das eleições legislativas em Angola, programadas para 5 de Setembro, o país respira um novo clima gerado pela corrida eleitoral, que aponta para uma mudança radical do regime político. Nas ruas, praças e bairros das 18 províncias que constituem a nação angolana é notória a participação popular, que manifesta-se a favor das propostas da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), principal partido da oposição.

O líder carismático e pacifista da legenda, Isaías Samakuva, lançou em Luanda, na sexta-feira 16, durante a Reunião dos representantes da União dos Partidos Africanos Para o Desenvolvimento da Democracia (UPADD), o Programa “Angola Sem Fome”, facto que contribui para fazer crescer a identificação da maioria do povo angolano com as metas para um futuro governo.

“A mudança que a UNITA propõe não é começar tudo de novo. É uma mudança que respeita todos aqueles que construíram o país e a sua obra. É uma mudança sem sobressaltos, sem revanchismo. Não é uma mudança para excluir ninguém, mas sim para incluir a todos. Mas é uma mudança que vai fazer o que o actual governo não soube: Acabar com a fome e o abismo que separa um país rico do seu povo pobre. Colocar a imensa riqueza de Angola ao serviço do bem-estar de todos angolanos”, enfatizou no encontro com a juventude angolana, o líder Samakuva.

A possibilidade de ver implantado no país o Programa “Angola Sem Fome” fez o povo angolano vibrar ainda mais em sintonia com a UNITA, e as cores vermelha e verde do partido do Galo Negro inundarem como uma onda o território angolano, que pela segunda vez, desde que conquistou a sua independência em 11 de Novembro de 1975, poderá manifestar-se livremente através das urnas. A nação africana de língua portuguesa irá escolher os seus representantes para as 220 cadeiras do parlamento nacional, actualmente ocupadas na sua maioria por membros do MPLA (Movimento Popular de Libertação Angola), no poder há 33 anos.

“ A mudança faz parte da natureza humana e da história de todas as nações. É mudando que os países se tornam mais desenvolvidos, que os povos melhoram sua condição de vida, conseguem mais saúde, mais educação, mais emprego, mais segurança. Ora, Angola também tem o direito de mudar. É para isso que temos eleições. Para que o governo não tenha só um dono, para que possamos ter a chance de novas soluções para os nossos problemas”, observa Adalberto Costa Júnior, Secretário da Comunicação e Marketing da UNITA.

Com aproximadamente 18 milhões de habitantes, Angola tem na base da sua economia o petróleo a jorrar o suficiente para produzir cerca de 2 milhões de barris por dia. Apesar do Produto Interno Bruto ter crescido mais 18% em 2007, as reservas fiscais médias anuais serem superiores a 20 bilhões de dólares e as acumuladas ultrapassarem os 15 bilhões de dólares, mais de 68 % da população vive à baixo da linha de pobreza, graças a não utilização correcta dos recursos do Tesouro Nacional.