sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O exemplo de alguns jovens angolanos

Quando vejo jovens angolanos da UNITA, nascidos e crescidos no meio da guerra, a lutar pela sua Pátria, a chamar as coisas pelos seus nomes e a enfrentar de peito aberto os maus ventos e as péssimas marés, fico com a certeza de que Angola tem futuro, mau grado estar sem presente.

Por outro lado, quando vejo os jovens angolanos do MPLA, crescidos no seio do poder, a temer chamar as coisas pelos seus nomes e a meter o rabinho entre as pernas quando sopra uma brisa ou quando os ondas estão mais altas, fico com a certeza de que o MPLA não tem futuro, mau grado ter (ainda) algum presente.

Quando vejo jovens angolanos da UNITA, nascidos e crescidos no meio da destruição, da fome e da miséria, acreditar que é possível lutar pelos milhões que, como eles, têm pouco ou nada, e não pelos poucos que têm milhões, fico com a certeza de que Angola tem futuro.

Por outro lado, quando vejo os jovens angolanos do MPLA, nascidos e crescidos no meio da opulência, a defender que vale tudo para conseguir um tacho, mesmo deixar a coluna vertebral em casa, fico com a certeza de que o MPLA está entregue à bicharada.

Quando vejo jovens angolanos da UNITA, nascidos e crescidos sabe Deus como, a lutar pela Liberdade, pelo direito à diferença e pela democracia, fico com a certeza de que Angola terá um futuro digno.

Por outro lado, quando vejo os jovens angolanos do MPLA, nascidos e crescidos no meio da informação e da escolaridade, a claudicar perante os donos da verdade, a aceitar serenamente as ordens de um qualquer capataz que é director de qualquer coisa, fico com a certeza de que o MPLA está cada vez mais próximo de ser um conjunto de autómatos.

Obrigado aos jovens que não temem enfrentar o futuro que, durante 33 anos, foi sempre uma dádiva reservada aos filhos do MPLA.

Artigo de Orlando Castro publicado em:
e reproduzido em http://angola24horas.com/

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Violencia politica vitima oito
militantes da UNITA no Huambo

Os actos de intolerância política de que a UNITA sempre se queixou, continuam a fazer vítimas aqui no Huambo, mesmo em plena campanha eleitoral.

A UNITA diz ter sido atacada, nesta quarta-feira, por um punhado de indivíduos uniformizados com camisolas e bonés com dísticos do MPLA, no município do Londuimbali, mais propriamente nas localidades da Galanga e do Kipeyo, quando o partido do «galo negro» tentava conquistar a simpatia do povo, no âmbito da campanha eleitoral que decorre em todo o pais.

O coordenador provincial da campanha eleitoral da UNITA para a província do Huambo, Alcides Sakala, diz ser inconcebível que a pouco menos de 20 dias para as eleições, num pais que se quer democrático, se verifiquem actos de violência que podem afectar o ambiente político que o pais está a viver.

«Foi ontem por volta das 13 horas, atacada com muita agressividade na comuna da Galanga por cerca de cem elementos, entre homens e mulheres vestidos com camisolas e chapéus do MPLA. Os agressores usavam pedras, paus e catanas e danificaram a viatura da nossa delegação e só foram dispersos com tiros disparados pela Polícia que acompanhava a nossa delegação. Nós pedimos um encontro com o comando da Polícia que vai ocorrer essa tarde, depois do encontro com os ex-militares que vamos ter aqui essa tarde, para manifestar o nosso descontentamento face a essa crescente onda de violência; porque no mesmo dia, na comuna do Kipeyo, numa altura em que a nossa delegação içava a bandeira do partido, no âmbito do processo de reimplantação que temos vindo a fazer em certas localidades, os nossos membros ali presentes foram agredidos por elementos também afectos ao partido no poder, dos quais tivemos oito feridos. Entre estes uma senhora grave que chegou aqui ontem à noite; tivemos que levá-la ao hospital central da cidade do Huambo.»

Em função disso, a UNITA esteve reunida na tarde desta quinta-feira com o comando superior da Policia no Huambo, onde os dirigentes do«galo negro» exigiram das autoridades policiais locais um esclarecimento imediato e isento, para que os agressores possam responder em tribunal por mais esse acto de violência.

Para Alcides Sakala, esses actos de intolerância política em si não podem estar alheios a uma eventual orientação superior das estruturas do partido no poder que incita quase sempre o povo à rebeldia, com os seus discursos que recorda sempre o passado, pese embora defender em público o espírito de reconciliação nacional.

Fonte: VOA/RA

Os POC apoiam a UNITA

Os Partidos da Oposição Civil (POC), cuja candidatura para as legislativas de 2008 foi indeferida pelo Tribunal Constitucional, decidiram apoiar a UNITA por acreditarem que o seu Programa para a Mudança é o que mais favorece e melhor interessa a Angola.
Um programa, nas palavras do líder do POC muito "
ambicioso, susceptível de contribuir para o melhoramento do nível de vida dos angolanos".
Na altura da formalização do acordo o Secretário-Geral da UNITA, Kamalata Numa, afirmou que "
Não é a UNITA que ganhou um aliado. É Angola que ganhou um aliado para grande exigência nacional de mudar as coisas. O povo Angolano está de parabéns, os seus actores políticos estão a amadurecer na defesa dos seus interesses e estamos aqui para testemunhar mais este momento histórico" tendo terminado com uma afirmação que todos temos de acolher "Trinta e três anos de governação basta! Precisamos que haja uma mudança que vai produzir o melhor para o futuro deste país".
Agrupam o POC integram sete formações políticas, nomeadamente o Partido Angolano Republicano (PAR), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Nacional de Solidariedade de Angola (PNSA), Partido da Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), o Partido de Solidariedade de Consciência de Angola (PSCA).
E de apoio em apoio, a Mudança vai sendo construída para se cimentar em 5 de Setembro!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Será que os observadores e fiscais eleitorais
aprenderam a dura e amarga lição de 1992?

Em Angola, por exemplo, as mesas eleitorais são constituídas por agentes governamentais e não por delegados dos partidos concorrentes. Estes apenas têm direito a “fiscais” que observam o processo, não podem actuar e só podem recusar-se a assinar a acta, ou apresentar queixa de irregularidades á CNE. Em 1992, no processo eleitoral, nenhuma queixa apresentada à CNE por “fiscais” dos partidos foi investigada ou aceite.

Em Angola, por exemplo, em 1992 as urnas eram metálicas negras opacas e vinham na maior parte dos casos já seladas – o governo angolano prepara-se para usar material idêntico.

Em Angola, por exemplo, em 1992, nas mesas de votos, faltou durante a noite a energia, tendo os observadores sido afastados por “questões de segurança”. O governo angolano apesar da lei eleitoral actual, dizer que a votação deveria ocorrer apenas durante um dia, tentou avançar com uma alteração à lei passando a votação para dois dias, recuando apenas pela reacção interna da oposição.

No caso de Angola, por exemplo, o governo mantém o controlo sobre os principais meios de comunicação nacionais, sobretudo televisão e rádio, mantendo nestes células do partido governamental. As opiniões dos jornalistas são controladas, e recentemente foram suspensos os jornalistas que afirmaram haver censura.

No caso de Angola, por exemplo, a agência noticiosa governamental publica uma noticia sobre a oposição por cada duzentas sobre o governo e ou MPLA. Foram permitidos semanários ditos de oposição ou independentes, mas os seus jornalistas têm sido condenados em processos judiciais, mesmo sem serem notificados, correndo o risco de serem presos a qualquer momento.

No caso de Angola, por exemplo, leis impostas limitam os meios económicos dos partidos, proibindo-os de aceitarem outros financiamentos que não sejam os donativos dos seus militantes e do próprio governo. Como os detentores do dinheiro em Angola pertencem ao governo e ou ao MPLA, os partidos da oposição não podem ter donativos significantes dos seus militantes. Quanto aos financiamentos do governo aos partidos da oposição eles são dados quando o governo o deseja, pois este nunca cumpre as datas legais.

No caso de Angola, por exemplo, todos os meios do Estado estão ao serviço do MPLA desde viaturas a edifícios. Os próprios símbolos do Estado são os símbolos do MPLA, o que leva a que os eleitores possam confundi-los quando vão votar.

No caso de Angola, por exemplo, desde que se estabeleceu a Paz, milícias governamentais, muitas das vezes encabeçadas por polícias, têm espancado, assassinado militantes dos partidos da oposição.

No caso de Angola, por exemplo, em 1992 o governo e o MPLA criaram uma estrutura não juridicamente legal que com um nome foneticamente semelhante ao da Comissão Nacional Eleitoral (o nome era CNM - Comissão Nacional de Massas), começou a divulgar resultados não oficiais, estabelecendo um clima de tensão social, e de efectivação de dados fraudulentos. Como os dados da CNE e da CNM eram divulgados com a mesma expressão e pelos meios governamentais, tal permitiu um clima de completa anarquia, abrindo caminho para todos os acontecimentos subsequentes.

No caso de Angola, por exemplo, em 1992, das 5.600 mesas de votos, 800 eram mesas volantes. Nem uma delas teve existência fisica. Nenhuma delas se deslocou para zonas de muito afluxo de votantes. Nenhuma delas teve presença de “fiscais” da oposição ou observadores internacionais. Mas as actas de todas elas foram registadas no sistema inofrmático e os seus votos foram contabilizados. Cerca de 800.000 votos foram contabilizados nessas mesas volantes.

Texto de Orlando Castro publicado no Notícias Lusófonas (http://www.noticiaslusofonas.com/) e no Alto Hama (http://altohama.blogspot.com/).

Está na hora da mudança

Mais de 68% da população angolana vive em pobreza extrema. A taxa estimada de analfabetismo é de 58%, enquanto a média africana é de 38%. Entre 1997 a 2001, Angola consagrou à educação uma média de 4,7% do seu orçamento, enquanto a média consagrada pela SADC foi de 16,7%. Mais de 90% da riqueza nacional privada foi subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população de cerca de 18 milhões de angolanos.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Igreja Católica fala de “apreensões”
- É muito, mas muito, mais do que isso

A Igreja Católica de Angola considera que ainda há "apreensões" em relação às legislativas que se avizinham, mas desafia os eleitores a votar sem temores e a dar uma resposta aos políticos de que não desejam a guerra. É claro que ninguém deseja a guerra, a não ser os que temem perder privilégios e que, no caso de Angola, são muitos.

"Apreensões há, não o podemos negar, porque a experiência de 1992 foi dura e marcou muito as pessoas", afirmou à Agência Lusa o padre José Imbamba, director de comunicação da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

Mas será que são só as de 1992? Ou seja, recorde-se, o massacre de Luanda, perpetrado pelas forças militares e de defesa civil do MPLA, visando o aniquilamento da UNITA e cidadãos Ovimbundu e Bakongo, e que se saldou no assassinato de 50 mil angolanos, entre os quais o vice-presidente da UNITA Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o massacre do Pica-Pau em que no dia 4 de Junho de 1975, perto de 300 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram assassinados e os seus corpos mutilados pelo MPLA, no Comité de Paz da UNITA em Luanda?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o massacre da Ponte do rio Kwanza, em que no dia 12 de Julho de 1975, 700 militantes da UNITA foram barbaramente assassinados pelo MPLA, perto do Dondo (Província do Kwanza Norte), perante a passividade das forças militares portuguesas que garantiam a sua protecção?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o facto de mais de 40.000 angolanos terem sido torturados e assassinados pelo MPLA em todo o país, depois dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, acusados de serem apoiantes de Nito Alves ou opositores ao regime?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o facto de, entre 1978 e 1986, centenas de angolanos terem sido fuzilados publicamente pelo MPLA, nas praças e estádios das cidades de Angola, uma prática iniciada no dia 3 de Dezembro de 1978 na Praça da Revolução no Lobito, com o fuzilamento de 5 patriotas e que teve o seu auge a 25 de Agosto de 1980, com o fuzilamento de 15 angolanos no Campo da Revolução em Luanda?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o facto de no dia 29 de Setembro de 1991, o MPLA ter assassinado em Malange, o secretário Provincial da UNITA naquela Província, Lourenço Pedro Makanga, a que se seguiram muitos outros na mesma cidade?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o facto de nos dias 22 e 23 de Janeiro de 1993, o MPLA ter desencadeado em Luanda a perseguição aos cidadãos angolanos Bakongo, tendo assassinato perto de 300 civis?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o facto de em Junho de 1994, a aviação do MPLA ter bombardeado e destruido a Escola de Waku Kungo (Província do Kwanza Sul), tendo morto mais de 150 crianças e professores?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o facto de entre Janeiro de 1993 e Novembro de 1994, a aviação do MPLA ter bombardeado indiscriminadamente a cidade do Huambo, a Missão Evangélica do Kaluquembe e a Missão Católica do Kuvango, tendo morto mais de 3.000 civis?

Mas será que são só as de 1992? Ou também o facto de entre Abril de 1997 e Outubro de 1998, na extensão da Administração ao abrigo do protocolo de Lusaka, o MPLA ter assassinado mais de 1.200 responsáveis e dirigentes dos órgãos de Base da UNITA em todo o país?


Texto do jornalista Orlando Castro publicado em http://altohama.blogspot.com/

Tempos de Antena da UNITA na TPA

Os tempos de Antena da UNITA na TPA, são divulgados no site oficial do Partido através da ligação http://www.unitaeleicoes.com/.. A divulgação vai incluir um menu com os tempos de antena emitidos desde 5 de Agosto, o dia da abertura da campanha eleitoral, com vista proporcionar ao país e ao mundo a mensagem transmitida nos programas televisivos da UNITA, que apelam para o voto no número 11, o voto da mudança. O programa desta segunda-feira falou da importância do dia 11, de questões ligadas a segurança social, educação, emprego, combate à pobreza e à corrupção.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Detidos activistas do PADEPA pró-UNITA

Treze activistas da ala do PADEPA identificados com Carlos Leitão foram detidos, pela Polícia, em Luanda, quando se preparavam para a mobilização de cidadãos para votarem na UNITA.

Segundo Carlos Leitão, o acto ocorreu esta manhã, no bairro do Rangel, um dos subúrbios de Luanda em que o PADEPA goza de influente apoio. Precisou que os detidos encontram-se na unidade policial da oitava esquadra e até ao momento não há qualquer esclarecimento sobre as razões da sua detenção.

Carlos Leitão afirmou que desde que anunciou o seu apoio à UNITA, na semana passada, os seus movimentos têm sido seguidos e a sua residência constantemente vigiada por elementos que suspeita serem da Polícia, vestidos à paisana.

«Hoje nós tínhamos programado uma actividade de mobilização porta a porta, à nível da província de Luanda, e à nível do Rangel nós orientamos treze activistas para realizar este trabalho, que devia iniciar às 8h30m. Acontece que nos arredores da sede já havia indivíduos vestidos à paisana com rádios de comunicação. A viatura de marca Hiace, que transportava os nossos companheiros para levar a mensagem em nome da UNITA foi interceptada pela Polícia. Portanto, levaram os nossos colegas e até agora estão na oitava esquadra ao município do Rangel, sem qualquer explicação.»

Carlos Leitão considera que a detenção dos seus companheiros enquadra-se numa estratégia de intimidação e de perseguição aos elementos do PADEPA que não se revêem na ala liderada por Silva Cardoso, que afirma gozar de apoio institucional.

«Com este trabalho que eu e demais colegas estamos a levar a cabo a favor da UNITA começaram as detenções, começaram os actos de intimidações. E acredito que a estratégia que vão utilizar é colocar à frente Silva Cardoso para ir buscar outros enquadramentos para inviabilizar este apoio decidimos dar à UNITA.»

A ala do PADEPA liderada por Carlos Leitão anunciou o seu apoio à UNITA na passada segunda-feira, depois de ter sido inviabilizada pelo Tribunal Constitucional a sua intenção de concorrer às eleições de 5 de Setembro à favor da facção dirigida por Silva Cardoso.

A Voz da América tentou obter da Polícia algum esclarecimento sobre o caso, mas todas as tentativas efectuadas nesse sentido foram inglórias.


Líder da UNITA conquistou
o coração do povo angolano

A imagem carismática e diplomática de Isaías Samakuva, presidente da UNITA, já conquistou o coração do povo angolano. Com simplicidade e sabedoria, Samakuva despertou a consciência dos angolanos para a mudança da liderança politica da nação que será concretizada no dia 5 de Setembro, através do voto democrático.

Com um discurso coerente e pacifico sobre a realidade nacional e propostas claras que pregam direitos iguais para todos, o líder do principal partido da oposição revela coragem, determinação, maturidade e inteligência na abordagem dos assuntos que visam a reestruturação moral, cultural e operacional do Estado, hoje atrelado aos interesses de um único partido.

“O nosso objectivo é transformar a sociedade Angolana, tornando-a mais democrática, mais justa, transparente e próspera. Para tal, temos de ser poder e, para sermos poder, temos de ganhar as eleições que se avizinham”, diz Samakuva, para quem a vitória da UNITA “será a vitória de todos os angolanos”.

Eleito Presidente da UNITA em Junho de 2003, durante a realização do IX Congresso do partido do povo, com mais de 80% dos votos, em substituição ao Presidente fundador o saudoso Dr. Jonas Malheiro Savimbi, Isaías Samakuva é filho de Henrique Ngola Samakuva, Pastor da Igreja Evangélica e Congregacional de Angola e de Rósília Ani Ulundu.

Nasceu aos 8 de Julho de 1946 em Silva Porto Gare, actual Kunje, na província do Bié. É casado com Albertina Inês Satuala Samakuva, pai de cinco filhos e avo de um neto. Estudou Ciências Politicas e Sociais na Open University de Londres e Relações Internacionais no Instituto de Relações Internacionais de Paris.

Em Outubro de 2006 foi-lhe conferido o grau de Doutor Honoris Causa em Ciências Turísticas pela Universidade de Caserta na Itália. Em Janeiro de 2007 foi eleito Presidente da UPADD - União de Partidos Africanos para o Desenvolvimento e Democracia, em Kampala, Uganda.

É militante da UNITA desde 1974, tendo já exercido diversas funções administrativas e representativas fora e dentro do país.

Samakuva, autor das Dez Teses para a Construção da Democracia em Angola, das 14 verdades sobre a UNITA e das Sete Mensagens sobre as eleições e do ABC da Democracia, é reformado das Forcas Armadas Angolanas com a patente de Brigadeiro.

«Alguns sentem-se mais angolanos
do que os outros», afirma Samakuva

O presidente da UNITA afirma em entrevista à Agência Lusa em Luanda que persiste a ideia de que os apoiantes do seu partido não são angolanos, faltando "um longo caminho para completar a identidade nacional".

A menos de um mês das eleições legislativas de 05 de Setembro, Isaías Samakuva diz que "é costume ainda falar dos angolanos e os da UNITA, como se os angolanos da UNITA não fossem angolanos".

Centrando a mensagem da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) na mudança, Samakuva refere que é preciso modificar os dirigentes do país e também "a forma como o angolano encara o outro angolano".

"As diferenças políticas em Angola, na mentalidade actual, separam as pessoas", afirma o líder da oposição.

"Ainda não podemos dizer que todos os angolanos se identificam como angolanos, alguns sentem-se mais angolanos do que os outros. Tudo isso tem de mudar", defende.

Isaías Samakuva refere que o país ainda tem "um longo caminho para completar a sua identidade nacional", propondo uma "mudança estrutural, cultural, onde as prioridades têm de ser outras".

Em Angola, sustenta, "a prioridade não parece ser o Homem, parece ser a riqueza que não resulta do trabalho das pessoas, mas da corrupção, que beneficia apenas o homem que detém o poder e não o cidadão na sua generalidade".

"A atitude hoje dos governantes é pensar em enriquecer primeiro e não como servidores do povo mas de si próprios", acusa.

"Temos que operar essa mudança antes de pensar em mudanças de políticas, na economia, saúde e educação", sublinha.
A UNITA tem denunciado "a transferência de dinheiros públicos para indivíduos que são do regime e que se servem do erário público para benefício privado", refere Samakuva.

"Até o Presidente da República afirma que a corrupção é o segundo mal em Angola depois da guerra", diz.

Se for Governo, "a UNITA agirá de forma diferente" e compromete-se a combater a corrupção, "um mal endémico", que, no seu entender, "não melhora, está a piorar".

Em caso de vitória nas legislativas, a UNITA, garante o seu presidente, não cairá na tentação de substituir o aparelho de Estado com os seus apoiantes, propondo uma "mudança suave, que mantenha o que funciona bem e que respeite os construtores e a construção", tendo em conta "a estabilidade do país".

Nesse sentido, diz que a maior garantia que pode dar é que "a UNITA acredita em mandatos de quatro em quatro anos, acredita em eleições" e que "não haverá mais um governo de 30 anos sem eleições".

O presidente da UNITA demonstra não estar impressionado com o trabalho do executivo angolano, no âmbito das obras de reconstrução nacional, referindo que "qualquer governo que se preze não poderia fazer menos do que aquilo que está a ser feito".

"Difícil era o Governo não fazer o que fez", afirma.

"Os dinheiros que hoje se utilizam nas obras de caça ao voto poderiam ter sido aplicados há pelo menos quatro anos", afirma Samakuva, expressando a ideia de que "são obras que ainda não têm impacto real na qualidade de vida desejada pelas populações".

Reconhecendo que "a melhoria das estradas vai permitir maior circulação de pessoas e de bens", o presidente da UNITA diz que, "se esta azáfama se verificasse há quatro anos, haveria mais áreas do país a beneficiar do trabalho", em vez de existirem regiões que "ainda estão como no tempo da guerra".

Fonte: Lusa